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Projeto Pedagógico Curricular (PPC)

 da disciplina de Sociologia no CEP

(agosto 2014)

 

 1.0 Apresentação

 

Desde que se constituiu como saber científico no século XIX a Sociologia vem contribuindo para o estudo e compreensão das relações sociais no meio em que vivemos. O objetivo primeiro da Sociologia é conhecer e problematizar a dinâmica das relações sociais que se estabelecem no interior dos grupos sociais e as maneiras pelas quais os diversos indivíduos interagem entre si. Como disciplina curricular o objetivo geral da Sociologia é levar o aluno a pensar a realidade social da qual faz parte, desenvolvendo uma consciência crítica de que toda sociedade é uma construção histórica e permeada por relações de poder e não uma fatalidade regida por “leis naturais”, podendo ser construída e reconstruída segundo as necessidades dos grupos e sujeitos ou atores sociais. O estudante de Sociologia no ensino básico deve além de interpretar o mundo, sentir-se capaz de transformá-lo ou de, no mínimo, percebê-lo como passível de transformação.

Sabemos que o desafio maior é, sem dúvida, o conhecimento em si, função precípua do nosso colégio. De acordo com o que registra nosso Projeto Político Pedagógico (PPP), a prática educativa do CEP deve buscar a socialização dos conhecimentos historicamente produzidos pela humanidade e a autonomia do(a)s aluno(a)s na produção de conhecimento, visando a elevação cultural de nossos aluno(a)s. A formação cultural e científica diversificada, a qualificação para o mundo do trabalho e a formação crítica para a cidadania devem ser os eixos centrais do trabalho docente em interação com os aluno(a)s. Simultaneamente, a rejeição de posicionamentos e práticas discriminatórias, individualistas, de segregação, também devem fazer parte de nosso projeto político pedagógico e curricular.

 

      2.0 Breve Histórico

 

A Sociologia no ensino médio foi marcada no currículo escolar sempre de forma intermitente com interrupções e retornos esporádicos para conseguir sua implementação legal definitiva apenas em 2008.

Segundo a DCE (Diretriz Curricular Estadual de Sociologia, SEED, 2008):

 

[...] a introdução da sociologia como disciplina curricular é parte do seu processo de institucionalização, ampliando e conformando a comunidade científica pelo reconhecimento no meio acadêmico e o apelo a recursos pedagógicos, que promovem sua aceitação social e difusão do conhecimento em nível escolar. De algum modo, essa adoção curricular tende a mostrar a ênfase humanística nos estudos em diferentes níveis e momentos e a perspectiva transformadora que pode inspirar projetos de sociedade e visões políticas avançadas. Esta é uma forma de resposta das sociedades no horizonte da modernidade instalada.

 

A Sociologia ingressa no sistema de ensino em 1891, com a reforma educacional protagonizada por Benjamin Constant, e aparece sob o título de “Sociologia e Moral”, pré-formatado pelo espírito positivista reinante na ciência e na sociedade da época. Durou apenas um ano como disciplina obrigatória. Em meados da década de 1920, a Sociologia integrou pela primeira vez no currículo para a formação de educadores primários e secundários dos estados do Rio de Janeiro e Pernambuco. Com a Reforma Capanema, em 1942, desaparece essa participação, que repercutiu sobre a produção de livros didáticos à época (SEED, 2008).

A Sociologia geral e/ou Sociologia da Educação permanecem como programas, a partir dos anos 1940, apenas nos currículos das Escolas Normais. Nos anos 1930 e 1940 intelectuais universitários como Antônio Cândido, Luiz Costa Pinto e Florestan Fernandes participam de debates sobre a importância da sociologia no ensino básico. A década de 1950 e parte dos anos 1960 trouxe a Sociologia presente nos cursos superiores de Ciências Sociais e também no currículo de outros cursos graças à expansão das Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras. No ensino médio, entretanto, sua inserção não se fez permanente; continuou uma disciplina opcional e intermitente nos currículos (SEED, 2008).

Quando, em 1962, o Conselho Federal de Educação e o Ministério de Educação publicaram os novos currículos para o ensino médio, a Sociologia não foi incluída entre as disciplinas obrigatórias, complementares e optativas. Excluída das grades curriculares dos cursos secundários, no período da ditadura militar (1964-1985), a Sociologia era deixada de lado e, no seu lugar figurava segundo a LDB 5.692/71 disciplinas voltadas ao civismo, nacionalismo e moralismo como disciplinas de “Educação Moral e Cívica”, “Organização Social e Política Brasileira” e “Ensino Religioso” (SEED, 2008).

No período da chamada transição democrática, nos anos 1980, houve movimentação social de professores e estudantes em alguns estados brasileiros clamando pela inclusão da Sociologia no ensino médio. A LDB 9.394/96 também ignorava a Sociologia como disciplina ao tratá-la como conteúdo “transversal”, diluída no currículo escolar.  Em 2001, o retorno da disciplina foi vetado pelo então presidente e sociólogo Fernando Henrique Cardoso, justificando-o pela insuficiência de profissionais para suprir a demanda de professores (SEED, 2008).

Foi somente a partir de 2006, após mobilização das entidades de classe (CNTE, sindicatos de sociólogos, coletivos de Sociologia e Filosofia em sindicatos de professores),  que foi aprovado o parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE/CEB 39/2006) determinando a obrigatoriedade da oferta da disciplina de Sociologia no ensino básico. No dia 02 de junho de 2008 é aprovada a Lei 11.648/2008 que alterou o artigo 36 da LDB 9.394/96, para incluir a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio, com implantação progressiva em todas as séries até 2011 (SEED, 2008).

No Paraná, nos anos 1990, a importância da Sociologia no ensino básico ganhava força com debates sobre necessidades de concurso e organização de uma matriz curricular. Em 1991 o primeiro concurso público de Sociologia é realizado mas com baixo número de inscritos. Nos anos seguintes debates sobre a matriz curricular são feitos entre a SEED e professores de Sociologia da rede estadual, de professores de Educação e Sociologia de Universidades como UFPR, UEL, UFSC e USP. O núcleo regional de educação de Londrina foi o pioneiro ao incentivar o projeto de extensão “A Sociologia no Ensino Médio” desenvolvido por docentes da UEL. A Sociologia chegou a ser ofertada em todas as escolas de Londrina no ano de 1999 sem, no entanto, se estender ao restante do estado. Em 2001 a Sociologia é retirada da base nacional comum incluída na parte diversificada do currículo reduzindo-se a apenas uma aula semanal. Apesar de alguns reveses a Sociologia manteve-se em cerca de 50% das escolas do Paraná em 2002, 2003, até a elaboração de um concurso público em 2004 (SEED, 2008).

A obrigatoriedade da Sociologia a partir de 2007, 2008, determinada pelo Conselho Nacional de Educação fez com que a Sociologia fosse ofertada nas escolas com previsão de implantação gradativa em todos os anos do ensino médio e técnico-integrado. No Paraná, a instrução normativa 015/2006 determina o princípio da equidade entre as disciplinas de modo a garantir o mínimo de duas aulas semanais na grade horária. Porém, em 2007, a Sociologia não figurou nas disciplinas ofertadas no concurso público daquele ano. Apenas em 2013 a Sociologia voltou a constar no concurso público ofertado pela SEED.

No Colégio Estadual do Paraná a disciplina de Sociologia era ofertada nos anos 1990 de maneira esporádica, com apenas uma aula semanal. A partir de 2003 a disciplina passou a ser ofertada no 3º ano do ensino médio. A partir de 2007 a Sociologia é introduzida de maneira progressiva no currículo. A partir de então, sua implementação deu-se conforme o que previa a legislação, em todos os anos do ensino médio e do ensino técnico-integrado.

 

3.0 Aspectos teórico-Metodológicos da Sociologia

 

Segundo a Diretriz Curricular Estadual (SEED, 2008):

 

A Sociologia não desenvolveu ainda uma tradição pedagógica, havendo insuficiências na elaboração de reflexões sobre como ensinar as teorias e os conceitos sociológicos, bem como dificuldades na delimitação dos conteúdos pertinentes ao Ensino Médio. Por ter se mantido como disciplina acadêmica nos currículos de Ensino Superior, a tendência tem sido a reprodução desses métodos, sem a adequação necessária à oferta da Sociologia para os estudantes do Ensino Médio. [...]

A trajetória do ensino da Sociologia, tanto em nível estadual quanto nacional, caracterizada pela descontinuidade e desvalorização, deixou marcas que dificultam a consolidação dessa disciplina no currículo escolar. No âmbito institucional, projetos e parcerias que contemplem a atuação conjunta e mais integrada dos cursos do Ensino Médio e as licenciaturas em Ciências Sociais existentes no estado do Paraná, trariam vitalidade intelectual a ambos os níveis de ensino.

 

Consideramos que a necessária institucionalização da Sociologia no currículo escolar passa, entre outras ações, pela garantia de que os professores que lecionem esta disciplina tenham formação de licenciatura plena em Ciências Sociais/Sociologia e/ou concurso público na disciplina de Sociologia. O currículo escolar expressa relações de poder existentes na sociedade. Além da garantia de profissionais formados na área para se ministrar as aulas, a Sociologia deve ser pensada de maneira orgânica no interior do currículo escolar.   

A escola é o espaço da apropriação do conhecimento científico acumulado pela história da humanidade A ciência, como dizia o sociólogo francês Pierre Bourdieu (1930-2002), é produto do meio social, e está imersa em relações de interesse e poder, impossibilitando sua “pureza” e neutralidade. O “campo científico” como dizia Bourdieu, possui uma estrutura que engendra uma série de hierarquizações baseadas no capital social e simbólico alcançado ao longo de uma carreira, traduzindo-se em prestígio e reconhecimento em determinada área de conhecimento. Aqueles que encontram-se na posição dominante, estão em posição de ditar e definir o que é ou não legalmente “científico”, através de uma autoridade já estabelecida.

 A Sociologia deve buscar (através dos profissionais do ensino básico e em articulação com os profissionais do ensino superior) seu espaço no currículo escolar através do aprofundamento e permanente reflexão sobre os saberes, as práticas e métodos de se ensinar Sociologia, mas, uma reflexão igualmente importante sobre a estrutura e funcionamento do ensino, dos currículos e saberes escolares.    

Os cursos de Ciências Sociais no Brasil possuem em sua maioria uma formação baseada em Sociologia, Antropologia e Ciência Política. Entretanto, apenas a profissão de sociólogo é reconhecida pelo Estado brasileiro (através do Decreto 89.531/1984) motivo pelo qual todo antropólogo, cientista político e sociólogo é, legalmente, um sociólogo. Esta regulamentação diz que todo bacharel em Ciências Sociais tem a profissão de sociólogo. Isso explica porque o ensino de Ciências Sociais no Ensino Médio tem o nome de Sociologia. Entretanto, o conteúdo especificado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (governo federal) e pelas Diretrizes Curriculares Estaduais (Estado do Paraná) é um conteúdo de Ciências Sociais, isto é, abrange os conteúdos de Sociologia, Antropologia e Ciência Política. Os cursos de Ciências Sociais com licenciatura plena são voltados para a formação nas três áreas citadas anteriormente.  

Para estudar e interpretar os fenômenos sociais é fundamental que os alunos tomem contato com as categorias e conceitos centrais da Sociologia/Ciências Sociais buscando apropriar-se de conhecimentos e saberes produzidos nas áreas de humanidades.  

O pensar sociológico, ou o exercício da “imaginação sociológica”, como dizia o termo cunhado pelo sociólogo estadunidense Charles Wright Mills (1916-1962), significa a conexão das experiências individuais da pessoa com as instituições sociais sob a qual convive e com seu próprio lugar na história da humanidade. Desenvolver a análise da conexão da vida no cotidiano com seus problemas sociais tem como objetivo encontrar conexões mais amplas entre indivíduo e sociedade. Compreender a(s) sociedade(s) como formas de organização historicamente condicionadas, diversificadas, não imutáveis e permeadas por relações de poder são objetivos centrais para o estudante de Sociologia no Ensino Médio.

A importância da noção de autonomia do aluno no seu processo de desenvolvimento intelectual envolve a apropriação da linguagem própria da ciência, da aprendizagem de conceitos, da percepção de sua localização no tempo e espaço, da capacidade de comparação, análise, síntese e generalização. (BRIDI, ARAÚJO e MOTIM, 2009).

O professor deve ser um intelectual e produtor de saberes sobre sua prática, sua escola, seus alunos e sua disciplina (SILVA, 2010). Todo ato educativo envolve uma relação em que o educador está a serviço do educando e o trabalho desenvolvido nas escolas deve propiciar a reflexão sobre a democratização da sociedade em seus diferentes níveis e espaços de poder. O ato educativo significa a passagem da desigualdade à igualdade no acesso ao conhecimento historicamente produzido pela humanidade (SAVIANNI, 2003). A atividade docente deve basear-se em:

 

[...] métodos que estimularão a atividade e inciativa dos alunos sem abrir mão, porém, da inciativa do professor; favorecerão o diálogo dos alunos entre si e com o professor, mas sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente; levarão em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, mas sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação para efeitos do processo de transmissão dos conteúdos cognitivos (SAVIANNI: 2003, p. 69).

 

A Sociologia deve partir do estranhamento e da desnaturalização dos fenômenos sociais. A superação do senso comum em direção a uma análise científica da realidade social pressupõe esse estranhamento de situações já consagradas como óbvias, familiares e naturais (MORAES, 2010). Segundo Moraes (2010, p. 48):

 

É contribuição das ciências sociais, como a disciplina de sociologia para o nível médio, propiciar aos jovens o exame de situações que fazem parte de seu dia a dia imbuídos de uma postura crítica e investigativa. É sua tarefa desnaturalizar os fenômenos sociais, mediante o compromisso de examinar a realidade para além de sua aparência imediata, informada pelas regras inconscientes da cultura e do senso comum. Despertar no aluno a sensibilidade de perceber o mundo à sua volta como resultado da atividade humana e, por isso mesmo, passível de ser modificado, deve ser a tarefa de todo professor.

 

O curso de Ciências Sociais possui uma formação básica nas áreas de Sociologia, Antropologia e Ciência Política e, posteriormente, os estudantes iniciam sua especialização em uma ou mais áreas do curso. Os professores com bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais por conta dessa formação variada tem a possibilidade de diversificar metodologias de estudo e ensino-aprendizagem em Sociologia incorporando métodos e conteúdos de Antropologia e Ciência Política.

Existem, de acordo com Bridi, Araújo e Motim (2009), uma diversidade de metodologias no ensino-aprendizagem de Sociologia no ensino básico. Destacamos abaixo as seguintes possibilidades:

Aulas expositivas. Defende-se aqui sua necessidade pois o professor é quem detém a maior experiência e conhecimento para organizar e mediar o processo de ensino-aprendizagem. Porém, é fundamental a aula dialogada, com o professor buscando partir dos conhecimentos prévios e fragmentários dos alunos visando a articulação com as categorias, conceitos e temas trabalhados.

Leitura e produção de texto em Sociologia. O incentivo a leitura dirigida de textos e fragmentos de textos de autores clássicos e contemporâneos das Ciências Sociais permite aos alunos tomarem contato com os autores referência na temática determinada. A produção de textos sínteses sobre os temas, conceitos e categorias trabalhadas podem ser em formato de resenhas, resumos, relatórios, sínteses, redação, elaboração de jornal ou revista, etc. É necessário, de acordo com Bridi, Araújo e Motim (2009), que na escrita o aluno compreenda o assunto estudado a partir dos seguintes passos: o quê? (o fenômeno social), o onde? (em que contexto), o como? (de que maneira se apresenta na realidade), o que dizem os autores? (as interpretações), o Por quê? (as razões, causas) as relações? (o que liga o tema a outros fenômenos).

Seminários, debates, júri simulado. Diferentes exposições orais de temas de pesquisa permitem aos alunos exporem temas centrais, argumentar, confrontar ideias, dialogar, propor soluções. É possível os alunos realizarem um roteiro prévio que pode servir de guia, bem como a produção de uma relatório/pesquisa por escrito que acompanhe a apresentação.

Incentivo a trabalhos/pesquisas de campo. O trabalho de campo é um dos recursos muito utilizados pelo pesquisador/estudante na área das Ciências Sociais. A possibilidade de aplicar tal método de pesquisa pode render bons frutos ao trabalho docente e discente. A elaboração de entrevistas, com autorização prévia do entrevistado, com ou sem questionário, formulado ou não pelo professor, mas com um roteiro pré-estabelecido, permitem envolver os alunos em atividades extra-classe. As pesquisas etnográficas, provenientes da Antropologia, podem ser incentivadas pelo professor, explicitando seus pressupostos e técnicas.

Pesquisas bibliográficas. Essas pesquisas podem servir de orientação para apresentações orais ou apenas trabalhos por escrito. Orientações quanto ao tema/problema, objetivos, delimitação do tema, identificação de questões sociológicas, conclusão, devem ser fornecidas pelo professor.

Utilização de recursos audio-visuais. A utilização de recursos audio-visuais  devem estar relacionados com os conteúdos e temas trabalhados. Roteiros de observações e questões sobre um filme podem exemplificar determinado tema trabalhado em sala. A utilização de músicas, imagens, também podem ilustrar fenômenos estudados ou integrar um objeto de estudo. A produção de recursos audio-visuais pelos alunos também podem ser incentivadas pelo professor visando explorar a iniciativa e criatividade dos alunos. 

Resumos explicativos. A possibilidade de utilização, facultativa ao professor, de resumos, pode possibilitar a fixação do conhecimento em poucas linhas ou páginas, inter-relacionando fatos e ideias.

Avaliação formal (prova). As avaliações dissertativas são um dos momentos de sistematização escrita do que o aluno aprendeu. Podem ser formuladas com questões objetivas e/ou dissertativas, a critério do professor. Permitem aos alunos compreender, relacionar, sintetizar, refletir. 

Nas avaliações escritas/dissertativas alguns elementos devem permear a avaliação do professor: a existência da clareza nas informações, se as informações tem relação com os conteúdos solicitados; se existem generalizações imprecisas; se o aluno elabora conhecimento com suas próprias palavras; se existem informações contraditórias; se demonstrou que aprendeu  a identificar os processos e transformações; se há lógica, sequência no texto; se o aluno tece conclusões no texto sobre o objeto de estudo.

Nas avaliações objetivas a interpretação de texto nas questões, no enunciado; o domínio de informações e conceitos trabalhados em aula; a leitura atenta do texto da questão formulada visando distinguir informações verdadeiras de falsas; a identificação de relações de causalidade, efeitos e consequências, permeiam a avaliação do professor.

 

 4.0 A ementa

 

A organização da ementa de Sociologia no CEP baseia-se nas Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE) elaborados pela SEED em 2008. Porém, tais conteúdos não esgotam-se nas Diretrizes, outros foram acrescentados, muitos aprofundados, visando a formação aos estudantes de maneira ampla e diversificada nas diferentes áreas das Ciências Sociais.

Os conteúdos estruturantes ao longo dos anos do Ensino Médio e Técnico-Integrado buscam fornecer aos alunos uma formação ampla e diversificada vinculada as três áreas de conhecimento das Ciências Sociais. Os conteúdos estruturantes adotados pela equipe e Coordenação de Sociologia versam sobre os seguintes eixos: O Processo de Socialização e as Instituições Sociais; Introdução às Teorias Sociológicas Clássicas; Estrutura Social e Desigualdades Sociais; Mundo do Trabalho; Cultura e Sociedade; Poder, Política e Ideologia; Direitos, Cidadania e Movimentos Sociais.

Tais temas, categorias e conceitos explicitados acima serão abordados no Ensino Médio e no Ensino Técnico-Integrado. Nos 4º anos dos cursos Técnicos-Integrados é acrescentado o eixo Pensamento Social Brasileiro através de referências a autores e obras de ciências sociais e da literatura que abordam diferentes aspectos da realidade brasileira. Posteriormente realiza-se estudos específicos voltados para os cursos técnico-integrados do colégio. O curso Técnico em Edificações tem ao final do curso noções de Sociologia Urbana. No curso de Arte Dramática trabalha-se Sociologia da Arte e no curso de Prótese Dentária, noções de Sociologia na Saúde.

Os cursos subsequentes que ofertam a disciplina de “Fundamentos do Trabalho” que é, pelas resoluções de distribuição de aulas da SEED, distribuída prioritariamente aos professores de sociologia, tem como fundamento as diferentes linhas sociológicas que interpretam as relações de trabalho. Pela análise dos processos históricos, o aluno do ensino médio subsequente deverá perceber que a organização social do trabalho não é algo dado; que a permanência de processos de precarização do trabalho, a empregabilidade e o desemprego, a ampliação de direitos sociais e trabalhistas na sociedade brasileira, são resultados de processos e determinações sociais, políticas, econômicas, históricas, que, a depender das forças sociais que se organizam, podem ser transformados.

 
 

REFERÊNCIAS:

 

 

BOURDIEU, Pierre. O Campo Científico. ORTIZ, Renato (org.). 1983. Bourdieu – Sociologia. São Paulo: Ática. Coleção Grandes Cientistas Sociais, vol. 39. p. 122-155.

 

BRIDI, Maria Aparecida; ARAÚJO, Silvia Maria de; e MOTIM, Benilde Lenzi. Ensinar e Aprender Sociologia. Contexto. São Paulo: 2009.

 

MILLS, Charles Wrigth. A Imaginação Sociológica. Rio de Janeiro. Zahar: 1965.

 

MORAES, Amaury Cesar. Metodologia do Ensino de Ciências Sociais: relendo as OCEM-Sociologia. In MORAES, A. C. Sociologia. Coleção Explorando o Ensino. MEC. Brasília: 2010.

 

SAVIANNI, Dermeval. Escola e Democracia. Autores Associados. Campinas: 2003.

 

SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Sociologia. 2008.

 

SILVA, Ileizi Luciana Fiorelli. O Ensino das Ciências Sociais/Sociologia no Brasil: histórico e perspectivas. In MORAES, A. C. Sociologia. Coleção Explorando o Ensino. MEC. Brasília: 2010.

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